terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Carta à ti!

Olá,

Sinto mas não posso mais ficar sentado sem nada fazer.
Não consigo mais te ver queimar por dentro.
Enquanto choras um pranto de sangue.


É preciso que tenhas força.
para os momentos de incertezas e provações
que as cinzas preparam para ti.

Gostaria de ter lhe ajudado a ser mais sábio,
a ter aproveitado todas as chances que lhe dei.
Me doía ver jogá-las todas fora.

Não sei se percebes que estou contigo, sempre.
Estive ajoelhado ao seu lado e não vistes,
Olhavas como se através mim estivesses vendo.

Aqui, observando o crepúsculo de tua alma,
sentado na colina de teu medo,
choro, sorumbático e em silêncio.

Saudações.

Seu Anjo!

Diálogo!!

- Oi!
- Oi!
- Já descobriu o que querias?
- Ainda não.
- Já sabes ao menos o que quer agora?
- Paz! É uma constante. Paz pra conseguir descobrir o que preciso.
- Só?
- Não. Preciso descobrir quem me tornei ao longo da jornada, para conseguir pensar com clareza naquilo que preciso.

Escalafobético




Enquanto as querelas estiverem sutis,
Após algumas sequelas e malversações....
Permanecerei com esta cicatriz...

E assim que esta configuração se deformar,
E as incertezas e deglutinações não mais forem vistas.
Irei me plantear e a espreita devo estar.

Diálogo com o Outro

- És tu?
- Sim!
- Por que vieste?
- Recebi teu chamado.
- Não lhe chamei!
- Eu vim pra organizar a bagunça que fizestes.
- E quem disse que preciso que organizes algo?
- Está visível.
- Sei não.
- Então tá. Se quiser vou embora.
- Não!
- Viste? Era isso que querias no fundo. Que eu viesse pra arrumar teus devaneios.
- ...
- E agora que cá estou, vou jogar fora toda a velharia, que só serve pra acumular poeira.
- Não! São coisas do passado. Posso precisar delas.
- Não, o passado só está lhe fazendo mal.
- Mas preciso entender o que ocorreu.
- Não precisa entender nada. Esqueça. Irá tudo pro lixo.
- Não podes fazer isso.
- Posso sim. Mas tudo bem. Façamos um trato: jogo fora só o que não irá mais usar e que nunca teve real serventia certo?
- Hum!!!
- Está feito então!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Diálogos do além II

- Olá!
- Oi! Você novamente?
- É. Não sei pra onde vou.
- E sabes de onde veio?
- Não!
- Então do que importa?
- Não importa mais!

Carta a um amigo



Algo ocorreu de inesperado: hoje eu sonhei contigo. O inesperado não se deu pelo fato de sonhar contigo, não, era de se esperar, já que ocupas um lugar tão especial em minha vida.


O inesperado se deu pelo fato de os sonhos terem me agraciado com sua presença, já que só os sinto em raras vezes em minha vida. Sempre me achei incompleto por não sonhar.


Bom, em um fim de semana você estava entediado, então resolveu ir a um clube ter com um instrutor de um esporte náutico. Quando lá cheguei, no alto do seu tédio, você encontrava-se no ponto mais alto do mastro de uma embarcação. Ao perceber minha presença você resolveu me mostrar o ponto que chegou por causa do tédio: começastes a te balançar, e balançavas com grande destreza na tentativa de destronar teu rival. Então, inesperadamente, te lançaste ao mar aberto no intuito de me passar um pouco do sentimento que ate então lhe consumia.


Te escrevo como o faço quando em minhas poesias: em uma linguagem diferente, no meu bloco de anotações inseparável, de madrugada ao despertar num rompante de emoções e com a tez em lágrimas.


Mas companheiro não te preocupes. Acordei com a boa sensação de tua presença e a certeza de que aquilo que tens a viver ainda nem tu sonhas.



Diálogos do além

Oi!
- Olá!
- Eu morri!
- E como você sabe que morreu?
- Porque vi todos chorando sobre o meu caixão.
- E como podes ter a certeza que eras tu?
- Porque vi todos que me eram caros lamentando a brevidade de minha existência.
- E estás triste?
- Sim!
- Por que?
- Por ter deixado todos tristes.
- Só por isso?
- Só.
- E o que sentes?
- Paz!
- Que bom, agora seu último limite se foi.

Sequelas!

Ao perceber que algo estava errado,
me abriram.
Ao vislumbrarem por dentro,
viram que não tinha conserto.
Para que ninguém percebesse,
fecharam com rapidez.
Agora só me restam as cicatrizes da investida,
e os mesmos defeitos de outrora.


(25.jan.10)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Experiências

Algumas experiências
te levam tão pra baixo,
que ao atingir o fundo
vê-se o quão alto se estava.


(07.jan.10)

Desnorteado

Um sentimento me consome
Me deixando desnorteado
Como uma criança abandonada pelos pais.

Não sei como agir, falar, pensar.
O pensamento demonstra ser o objetivo em si mesmo.
Não existem mais objetivos.

Ando a esmo,
Na espera de ser atropelado pela vida.
Minha existência tornou-se uma falácia,
Uma piada de mal gosto.


(07.jan.10)

O que é a Felicidade?

O sonho da felicidade nos é vendido a todos
Alguns a imaginam como um objeto,
Para outros é um objetivo
Há ainda os que a apontam como um caminho.
Mas para todos, a felicidade é mais do que um sonho
É uma obrigação!

Não a alcançar, nos torna a todos incompetentes?

(07.jan.10)

Solidão!

E hoje, com a solidão ao meu lado
Consigo observar as coisas com muito mais dedicação.
Aquilo na verdade não era nada,
No máximo um fragmento vil
De algo fadado a nunca atingir sua plenitude.


O que acreditei ser o tudo,
Não passou de mero desespero de minha alma
Em querer abandonar o purgatório de meu próprio ser.


(06.jan.10)

A Saudade!

A saudade me entorpece,
A saudade de sentir saudade,
Saudade de algo que já não sei
Se quero novamente voltar a ter.
Saudade de voltar a ter saudade
Daquilo que fui, que tive.


(06.jan.10)

Falácias e Sutilezas

E a neblina da paixão me deixou completamente cego,
Aquilo que acreditei estar enxergando com tanta vivacidade,
Na verdade não passava de uma falácia,
Apresentada a mim no auge de minha pseudo-maturidade,


A ausência ainda me causa dor
E o processo de clarividência sobre essa ausência
Na verdade demonstra-se na sutileza de minha alma


Concluo que é uma ausência de mim mesmo.
Ausência daquilo que fui,
que sou
que poderei me tornar.


(02.jan.10) 2h

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dor!!!

Às vezes busco a dor,
Como se precisasse dela
Pra provar que tudo
Não passam de falácias.


São sutilezas que me permito
No auge de minha insensatez
Para que o sofrimento autentique
A permanência de minha existência.


(02.jan.10  -  2h)