domingo, 10 de setembro de 2023

suMIRAm



Sinto-me absorto, 

embriagado na esperança, 

nas lembranças sutis de um momento único


Porém, tudo não passa de uma grande falácia,

Os sentimentos? Nunca existiram!

As lembranças? Forjadas em sutilezas que não se sustentam,

ao menor vento em proa, se perdem 

naquilo que deveria ser sua sustentaçâo.


Me diz, foi tudo em vão, uma criação desesperada da minha mente?

nossos corpos, nossos cheiros, nosso beijo?

Sim, eles de fato nunca existiram!


Então, mais um vez, me pego com o peito aberto,

com todos os meus órgão expostos,

ao mero devaneio do destino.


MIRAgem

 Oi!

Estou de volta! 

Consegui vencer o claustro, 

e ao sair, a vi, 

resplandecente, magnânima, soberba.


Sim, foi rápido, 

vi apenas de relance, 

mas sim, ela estava lá,

tenho certeza!

 

Não! 

Não pode ter sido uma ilusão 

eu a reconheci, 

lembro dela, 

apesar de tanto tempo longe,

era ela, toda ela, 

completa, plena.


Com apenas essa imagem fugaz,

resolvi construir meu reino.


E ele? Desejas saber que fim levou?

Mandei-o chamar, lógico!

E estava longe, muito longe,

tive que retirá-lo de sua hibernação.


Ah, e ele retornou intrépido,

destemido, altivo,

como um guerreiro que nunca foge ao bom combate.


Mas quando me dei por conta,

meu reino não passava de um palco,

e não havia ninguém lá comigo,

eu estava só no palco,

não havia ninguém na plateia,

e minha voz estava muda.