quinta-feira, 25 de março de 2010

Prisão!!

O que me prende?
Se não tenho amarras nos pés, nem grilhões nos punhos?
O que me prende?
Falsas promessas, falsas perspectivas, falsa estabilidade?
E me questiono mais uma vez: o que me prende?
Criamos para nós mesmos muros de Berlim, muros de contenção, para garantir o que?
Que não sejamos livres do trabalho, da família, dos amigos?
Mas o trabalho não serve para garantir a farsa?
A família não possuiria laços indeléveis?
E os amigos, para garantir esta alcunha, não deveriam ser maiores que a distância? Não deveriam transpor o tempo?
Mais uma vez: o que me prende, então?
O medo do desconhecido?
Mas tudo que vivemos não era desconhecido para nossa própria experiência?
O que nos prende?
Os bens que adquirimos exatamente para garantir o exercício da liberdade não fazem  hoje o papel de uma prisão?
A frase: "Eu não posso!", não seria uma corrente para a mente?
E se não mais a pronunciar, não teria mais efeito?
A inexistência de borracha para apagar o lápis o torna definitivo como a tinta?

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