terça-feira, 10 de novembro de 2009

Saudade


Já sinto falta do teu cheiro, do teu sorriso, do calor do teu corpo, e o sono que paulatinamente abandona meu corpo, dá lugar a um sentimento de dormência necessário para que eu consiga assimilar a dor da tua ausência.


Falta-me a coragem para adentrar ao quarto, outrora lugar de tanta felicidade, onde me tornei o mais completo dos homens, agora um antro da saudade, que arde em meu peito, parecendo devorar-me de dentro para fora. 


E esta inquilina indesejada de meu corpo, sentimento por demais contraditório, vil e sublime ao mesmo instante, diz-me que não o abandonará, argumentando que é vizinha permanente do Amor, e que eu teria de expulsar aos dois.


Relutante, acato seu argumento e a aceito como eterna habitante de meu ser.

(2004)

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