terça-feira, 29 de junho de 2010

Doce Desejo




Percorro teu corpo com a volúpia de um desbravador.
A cada toque em tua pele, descobertas de prazer.
Nossos corpos unem-se como se pertencessem um ao outro,
e nunca tivessem esquecido o caminho de volta.

A cada toque, sensações novas, inquietantes
Absorvo os aromas que tua essência acaba por exalar,
E com teu sabor em minha boca,
ouço teu grito rouco.

Em poucos instantes, 
EU não mais existo, 
minha existência torna-se uma falácia.
Aproveito o despropósito, 
e resolvo deflorar o infinito contigo.

domingo, 27 de junho de 2010

Devaneios sobre a Felicidade

Quando eu penso em felicidade,
meu pensamento caminha pra você,
mas logo ele descarrila numa direção indesejada.
O sorriso bobo no rosto se transforma
em um leve cerrar de sobrancelhas.


Porque na relação de outrora fui tão pouco convincente?
Porque ao encontrar o que todos procuram, eu não soube cultivá-lo?
Porque tendo amor, respeito, paciência e carinho, eu não consegui ficar em paz?
Terei agora a competência que me foi furtada no passado?

Sonhos

Gostaria de ter mais do que 
histórias de travesseiro para contar.
Mas além disso, 
só me restaram visões insólitas,
obtidas no auge de meus devaneios ébrios.


Minha boca cerrou,
meus olhos não mais sorriem,
meu coração ficou mudo.


Em meu peito,
só cinzas de um passado glorioso.

Rios de Ausência

Estava resolvido. 
Tudo já havia sido decidido.
Eu estava lá quando bateram o martelo.
Já havia até me conformado com o veredicto.
Até que seu retorno reacendeu coisas 
que em mim estavam dormindo.


Em minha garganta? 
Só o gosto das lágrimas retidas,
jorrando rios de tua ausência.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Choro!

Minh'alma dói,
minha mente está perdida
procurando por motivos 
onde não há nada.


E o violão, que deveria
ser meu porta-voz, 
permanece mudo,
observando minh'alma se esvair.


A cada toque seu
que eu nunca recebo.
A cada perfume,
que eu nunca sinto.
A cada olhar 
que me foi roubado.
Eu choro em silêncio,
choro por mim.

Amor

O amor exige dedicação, doação,
ele não consegue florescer sem isso.
O amor é egoísta,
não permite que o tempo 
seja gasto com qualquer outra coisa.
O amor nos faz de escravos,
sem domínio sobre sua própria mente ou espírito.


Em mim não há mais espaço para ele.
Não que eu esteja cheio, transbordando.
Ao contrário,
sinto-me raso.

Tempo

Vazio! Angústia!
Esse sentimento, 
essa sensação de nada 
me consome de dentro pra fora.
Devora os sonhos,
os planos, as esperanças
os aplausos.
O tempo, 
que outrora fora meu aliado
voltou-se contra mim.