domingo, 30 de maio de 2010

Feira de Domingo

Senhor: - Com licença senhora, sabes onde fica a prateleira da decepção?
Atendente: - Claro! É no terceiro corredor à esquerda.
Senhor: - Ah! Obrigado!

Pai: - Filho, pega ali pra mim um pote de amargura, ressentimento e um saquinho de rancor.
Filho: - Tá pai. Posso levar alegria?
Pai: - Não que tá muito caro, sua mãe disse que alegria só a cada seis meses, e só uma pitada.

Mulher: - Querido, o que você acha de levarmos amor?
Homem: - Claro! Porque não? Afinal há muito não vejo papai usar.

Dança Silenciosa...

Assim que entrei na loja de música,
Percebi que ela me notou, mas não tive certeza
Dirigi-me ao tocador de CD que ela estava ouvindo
Nossos olhares conversaram sem palavras.
Resolvi ouvir a mesma música que ela,
Assim manteria ainda mais a conexão criada.

Havia muitas pessoas na loja,
Mas só nós estávamos ouvindo aquela música.
A cumplicidade que havia naquela relação
me causou imensa estranheza,
mas um sentimento de cumplicidade me tomou.

Era como se estivéssemos a dançar uma música,
Uma dança silenciosa, imóvel.
Na qual somente estavam sincronizados nossos olhares,
Nossa respiração, nossos espíritos.

Continuamos ali parados,
Sem coragem de nada dizer.
Com medo de que o som da palavra
pusesse fim à fragilidade daquela relação.

Libertação da Mentira!!!!

Não havendo mais falácias e sutilezas a serem mantidas,
a liberdade da verdade descabida,
nos traz à tona a natureza da mentira
que por hora fora vivida.

A observação do golpe desferido,
acaba por deixar aquilo que conhecíamos mais tranqüilo,
pois a insuficiência da relação por hora vivida,
só demonstra a fragilidade da obra que fora construída.